Doa a quer doer, uma coisa é certa: a matéria não foi discutida com se deveria e não houve chance de se ouvir quem não estava a favor do projeto. Ninguém ouviu o “outro lado”, o lado “deles e delas”: nem os vereadores, nem o público e nem os moradores de Rolândia. Um erro de uma casa que deveria ser a Casa do Povo. 

   O projeto contra a “Ideologia de Gênero” segue para a segunda votação nesta segunda-feira (11), última sessão ordinária do ano, e deve ser aprovado por todos os vereadores e vereadoras. A lei corre o risco de nascer morta, já que há uma liminar do ministro Barroso apontando a inconstitucionalidade de uma lei similar na cidade de Paranaguá. Os vereadores sabem disso e, se o STF confirmar a liminar de Barroso, a aprovação da Câmara de Rolândia torna-se, por extensão, inconstitucional.

  Uma coisa é certa. Essa discussão poderia ser mais democrática e mais ampla, mais profunda, mais complexa. Não pode ser o show de horrores presenciado na Casa do Povo. Todo e qualquer assunto, ainda mais um da importância como o que foi votado, precisa de estudo e análises, o que pode ser demorado.

   O Jornal de Rolândia até sugere uma espécie de “audiência pública” para se ouvir as opiniões diversas e divergentes, mas embasadas e não pode ser em matérias do Facebook ou do Whatsapp. Nada mais justo em uma democracia.

    Boa leitura nesta edição e bons vídeos da Realidade Aumentada (págs. 03, 04 e 15)