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A diversidade faz a diferença

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Sobrelinhas – por Carla Kühlewein

Certamente você já se sentiu desconfortável diante de alguma situação. São vários os motivos que podem nos levar a isso: não se enquadrar no modelo exigido, ter comportamento inadequado para a ocasião ou simplesmente se expor de maneira indesejada. Seja qual for o motivo, volta e meia enfrentamos percalços que nos desafiam à superação.


Na literatura infantil é comum os animais compartilharem dessas mazelas da humanidade, afinal até eles têm lá seus incômodos. No livro de Lúcia Reis ‘A zebrinha preocupada’, ilustrado e escrito por ela mesma, há uma zebra que parece ter um bom motivo para se sentir um tanto incomodada:

“Se não fosse por um pequeno detalhe, a zebrinha não teria nenhum problema: suas listras eram deitadas.”
Ora, toda zebra que se preze tem as listras na vertical (em pé). Pobre zebrinha… o “detalhe” de ter as “listras deitadas” não seria um problema se ela assim não o considerasse, certo? Acontece que por causa dessa diferença, a Zebrinha Preocupada ouve todos os dias:
“Lá vai a zebra de listras deitadas.”
Até que um dia ela encontra uma girafa, que tem o mesmo problema: as pintas dela são quadradas! Já imaginou? Papo vai, papo vem… girafa e zebra chegam a uma conclusão:
“Em pé ou deitada, a posição da listra não é o que realmente interessa!”

Mas o que realmente interessa? Isso nenhuma das duas revela, muito menos a Lúcia! Mesmo assim quem aí nunca se sentiu (ou se sente) diferente, como se tivesse “listras deitadas” ou “pintas quadradas”?
Numa sociedade vidrada na perfeição, que institui a velhice como doença, busca a juventude eterna e considera a cirurgia plástica a descoberta do século, não há muito espaço para o diferente.


Ainda que o discurso inflamado de uns e outros repita a importância de se respeitar a diversidade, ela continua fazendo a diferença. No fim das contas, tudo depende da perspectiva que adotamos diante daquilo que “destoa” do padrão. Afinal, quem decide se sua listra está na direção errada (ou não) é você, certo?

Carla Kühlewein É graduada em Letras Vernáculas e Clássicas (UEL), Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada (Unesp) e Doutora em Literatura e Vida Social (Unesp).

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