Por Samuel M. Bertoco
Atualmente – nem tão atualmente assim – existe uma onda de remakes e continuações de clássicos do cinema que buscam atualizar uma franquia e fazer com que ela funcione hoje em dia. Ou se faz um remake, mantendo personagens e histórias, mas mudando todos os atores, ou se faz uma continuação que joga um saudosismo com personagens queridos de antigamente, mas traz novos, que seguirão a partir daí. É uma fórmula manjada que tem dado certo, afinal de conta, nós, os véi, não somos mais o público alvo, nosso filhos que são.
Top Gun Maverick, a continuação de um dos maiores clássicos dos anos 80 parecia, pelos trailers e notícias, estar indo para para esse caminho. Trazer Tom Cruise como um “professor” de jovens novos pilotos heróis que deveriam seguir a franquia daqui pra frente. Ledo enganinho. Tom está lá pra mostrar que os véi tem muita lenha pra queimar – pelo menos os Tons Cruises véi – e tudo que tem de novo é quase que uma emulação do que foi o primeiro Top Gun, como se fosse uma fumaça de fantasia tapando o que foi real.
Top Gun não se propõe a atualizar nada, e isso é ótimo. É uma continuação de verdade, um dois sem pensar no três, quatro ou em séries derivadas. É um arco fechado nele mesmo com muito saudosismo, muita ação e claro, muito Tom.
Não vou falar da trama aqui porque não importa, não importou no primeiro e não vai importar agora nem nunca. Dizer que é uma clara propaganda da marinha americana também é chover no molhado e importa menos ainda. O legal é ver os caras voar, é aquele clima de Top Gun e é ver que como o filme é tudo que a gente queria que fosse – claro, Tom, um véi, sabe o que os outros véi querem. Acabou que não atualizou nada, e, após um boom na bilheteria o filme não se sustentou porque não atingiu a molecada. E daí? Nem tudo precisa ser o novo Homem de Ferro, que aliás, ele voando com sua armadurinha dourada não chega perto, das acrobacias aeronáuticas do nosso Marverick, e detalhe, ele também salvou o mundo.
Samuel M. Bertoco é formado em Marketing e Publicidade
