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Cyberbullying – por Dra. Isabella L. C. Gouveia

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O bullying é algo que tem sido discutido com muita frequência na nossa sociedade pelas graves consequências emocionais que pode gerar em suas vítimas. Algo ainda mais grave e mais preocupante é o bullying virtual, ou cyberbullying , que ocorre quando alguém é exposto e humilhado através de fotos e mensagens ofensivas na internet.

Atualmente as redes sociais são muito presentes na vida dos jovens. Os pais com frequência reclamam de que os filhos passam horas conectados ao celular. A conversa através da internet é para os adolescentes como uma extensão da conversa cara a cara. Eles falam e conversam sobre tudo na internet, muitas vezes sem tomar os devidos cuidados. Infelizmente  muitos jovens não tem mais noção do que é privado, do que é particular, e acabam postando fotos, comentários, vídeos, que em época de Facebook e WhatsApp, se espalham rapidamente, e podem ser usados para humilhar e ofender.

Pesquisas no Brasil mostram que 17% dos jovens já sofreram algum tipo de cyberbullying, porém esse número pode ser ainda maior, pois alguns nem sabem que estão sendo vítimas de algum tipo de ofensa através de redes sociais.

Enquanto que o bullying ocorre em ambiente e horário restritos, geralmente na escola, no período de aula, para o cyberbullying não há limites. O agressor pode atuar no anonimato e não depende da força física para intimidar.

Alguém que não teria coragem para praticar bullying por não se sentir capaz de ameaçar pessoalmente, pode usar da internet para ofender e agredir alguém. Na internet, não existe lugar seguro, a vítima é sempre refém. Há poucos meios de se defender. Além disso, há uma plateia que curte e compartilha rapidamente o que é postado, o que reforça ainda mais o comportamento do agressor.

É importante que os pais estejam sempre atentos aos comportamentos dos filhos, e procurem sempre transmitir segurança e confiança. Ser vítima de bullying ou cyberbullying traz consequências sérias, como sentimentos de culpa, auto-punição, isolamento, e sintomas depressivos graves. Infelizmente, muitos não contam para os pais o que está acontecendo, talvez por medo, por culpa, ou por achar que serão repreendidos. É fundamental também ensinar aos filhos a importância de se preservar, de preservar sua intimidade, e de pensar antes de postar qualquer coisa: “Será que eu gostaria que meus pais ou professores vissem isso?”. Se a resposta for não, então não poste!

Para combater o bullying e o cyberbullying é necessária uma educação social. É preciso falar sobre o assunto nas escolas, nas famílias, e em todos os ambientes da sociedade. Valores como respeito e compreensão precisam ser resgatados, e é na interação pessoal com os outros que as crianças aprendem esses valores. Crianças e adolescentes que ficam muito tempo expostas a telas de celulares e computadores ficam menos empáticas, menos sensíveis aos sentimentos alheios. Por isso relacionamentos reais – não virtuais – precisam ser estimulados entre os jovens.


Dra. Isabella L. C. Gouveia
é médica psiquiatra e atende no Centro Médico Norte do Paraná (Rua Martin Friedrich Mewes, 101, Roland Garden, Rolândia, fone 3176-2700)

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