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UEL decide sobre política de cotas nesta sexta-feira

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Durante a palestra realizada no Nanuk para os professores e funcionários de três colégios estaduais de Rolândia, na segunda (13), a professora doutora Maria Nilza da Silva situou os ouvintes acerca da situação das ações afirmativas e cotas na Universidade Estadual de Londrina (UEL). 

A doutora em Ciências Sociais defendeu a manutenção da política de cotas. “Uma das grandes questões que se colocava era que, com as ações afirmativas, entrando muita gente de escola pública e negros nós iríamos perder qualidade enquanto universidade”, comentou.  “A UEL não perdeu qualidade, ao contrário, vem mantendo o seu nível de excelência”, argumentou a professora, que participou do debate desde o início da implantação das cotas.

As ações avaliativas começaram em 2004. Em 2011 elas foram avaliadas e em 2016 deveriam ser novamente avaliada, mas as paralisações atrasaram as discussões, que estão terminando neste mês. Segundo Maria Nilza, “o Conselho Universitário vai votar neste dia 17 as políticas de ação afirmativa, ou seja, para continuar ou não continuar e, além disso, vai regular sobre as suas percentagens”. Atualmente, são reservadas 40% das vagas, metade é destinada para negros de escola pública e metade para alunos de escola pública. O Conselho Universitário irá votar de três maneiras: pela continuidade dos 40%, como é desde 2004; mudança dentro dos 40%, sendo 20% para alunos de escola pública, 15% para negros de escola pública e 5% para negros de qualquer escola, ou pela interrupção das cotas reservadas. O Conselho é formado por 45 pessoas.

3 negros médico em 30 anos
A professora convidou os presentes na palestra a lutar pelas cotas, ressaltando a importância delas na universidade pública. “Nós precisamos nos mobilizar e, sobretudo apoiar, porque pela primeira vez na história nós temos estudantes de escola pública, das nossas escolas, nos cursos de medicina, engenharia, psicologia, direito”, justificou Maria Nilza. Ela usou como exemplo a história de um professor que lecionou no curso de medicina por mais de trinta anos e vivenciou a universidade com e sem cotas. “Em trinta anos, ele formou três negros. Na primeira fase, que foram oito anos, formou dezesseis. Nessa segunda fase, estão entrando dezesseis negros a cada ano no curso de medicina e dezesseis estudantes oriundos das escolas públicas”, contou. 

Só nos últimos quatro anos, ingressaram no curso 128 estudantes de escola pública e negros, segundo o relato da professora. O rendimento dos cotistas é muito similar ao dos demais alunos, sendo que a média de diferença de notas é de 0,2 décimos.

Oportunidades iguais 
Segundo Maria Nilza, os méritos devem ser respeitados, mas ela ressaltou que cada classe social tem os seus e que eles não podem ser generalizados. “Não tem que abrir mão da questão do mérito, mas eu não posso considerar que todos, como o vestibular fazia, têm as mesmas qualificações para ingressar na universidade e prestar um vestibular de sucesso já que  eles não tiveram as mesmas oportunidades”, explicou. “Depois, quando eles entram, têm os mesmos professores, estão na mesma universidade, têm a mesma biblioteca, então a gente percebe que o caminho deles é bastante semelhante ao daquele que veio de uma escola particular”, Maria Nilza finalizou, reforçando seu posicionamento.

A professora Angela Maria de Souza Lima, coordenadora do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de Sociologia (Lenpes), falou do procedimento para ser aceito pelo sistema de cotas para negros. “Não basta se inscrever e se auto-declarar negro, na Universidade Estadual de Londrina você tem que passar por uma comissão de homologação para inibir fraudes”, esclareceu. Angela também defendeu as ações afirmativas. De acordo com ela, alguns professores de alguns colégios incentivam os alunos a concorrerem pelo sistema universal do vestibular, dizendo que eles têm capacidades iguais. Na opinião da professora, isso reforça a posição da mídia, que é contrária às cotas. “Em vez de discutir o direito, um direito puramente conquistado por movimentos sociais organizados, muitas vezes dizem, repetem um discurso da mídia”, afirmou a coordenadora do Lenpes. 
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