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UEL amplia sistema de cotas

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   A Universidade Estadual de Londrina (UEL) convalidou, e ampliou, a sua política de cotas, com mudanças na aplicação dos percentuais. Em reunião extraordinária do Conselho Universitário (CU), realizada na sexta-feira (17), na Sala dos Conselhos, foi aprovada a proposta que reserva 45% das vagas para cotas: 20% para escola pública, 20% para negros de escola pública e 5% para negros. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos 45 conselheiros.
   

   O novo sistema foi elaborado pela Câmara de Graduação. Os conselheiros também decidiram pela vigência do documento, que terá prazo de duração de 20 anos, com revisão no 10º ano de aplicação do novo sistema. O sistema atual de cotas da UEL garante 60% das vagas para universal, reservando 20% das vagas para estudantes Escola Pública e 20% para negros de escola pública.

Acesso à universidade
   A reitoria da UEL, Berenice Quinzani Jordão, que presidiu a sessão, disse se orgulhar em fazer parte de uma Universidade que se preocupa com o acesso à Universidade. “É uma satisfação fazer parte desse processo da escolha do sistema de cotas. Nós somos vanguarda, pioneiros na política de inclusão social”, completou a reitora. Outra reunião do Conselho Universitário (CU) será agendada para apresentação da minuta com as modificações propostas.

Em Rolândia
   A professora doutora Maria Nilza da Silva esteve em Rolândia, na segunda-feira (13), durante a palestra realizada no Nanuk para os professores e funcionários de três colégios estaduais, e situou os ouvintes acerca da situação das ações afirmativas e cotas na UEL. “Uma das grandes questões que se colocava era que, com as ações afirmativas, entrando muita gente de escola pública e negros nós iríamos perder qualidade enquanto universidade”, comentou. “A UEL não perdeu qualidade, ao contrário, vem mantendo o seu nível de excelência”. A política de cotas começou na UEL em 2004. Em 2011, elas foram convalidadas e, em 2016, deveriam ser novamente avaliada, mas as paralisações atrasaram as discussões, que terminaram na sexta-feira.

3 negros médico em 30 anos
   “Pela primeira vez na história nós temos estudantes de escola pública, das nossas escolas, nos cursos de medicina, engenharia, psicologia, direito”, justificou Maria Nilza. Ela usou como exemplo a história de um professor que lecionou no curso de medicina por mais de trinta anos e vivenciou a universidade com e sem cotas. “Em trinta anos, ele formou três negros. Na primeira fase cotas, que durou até 2011, formou dezesseis. Nessa segunda fase, estão entrando dezesseis negros a cada ano no curso de medicina e dezesseis estudantes oriundos das escolas públicas”, contou. Só nos últimos quatro anos, ingressaram no curso 128 estudantes de escola pública e negros, segundo o relato da professora. O rendimento dos cotistas é muito similar ao dos demais alunos, sendo que a média de diferença de notas é de 0,2 décimos.

Oportunidades iguais
   “Não tem que abrir mão da questão do mérito, mas eu não posso considerar que todos, como o vestibular fazia, têm as mesmas qualificações para ingressar na universidade e prestar um vestibular de sucesso já que eles não tiveram as mesmas oportunidades”, explicou Maria Nilza. “Depois, quando eles entram, têm os mesmos professores, estão na mesma universidade, têm a mesma biblioteca, então a gente percebe que o caminho deles é bastante semelhante ao daquele que veio de uma escola particular”, Maria Nilza finalizou, reforçando seu posicionamento.

  Para finalizar, uma pergunta inconveniente: quantos médicos, dentistas, engenheiros, advogados (e outras profissões “mais importantes”) negros você conhece?
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