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Violência obstétrica causa traumas

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A violência obstétrica é muito praticada e pouco conhecida. De acordo com Cris Mologni, Doula e Coordenadora do Gesta Rolândia, ela abrange tudo o que afeta a integridade física e emocional da mulher na gestação, trabalho de parto e parto. Exemplos disso são negar informações e atenção à gestante no pré-natal e parto, proibir a mulher de comer ou beber e de ter um acompanhante, realizar procedimentos como administração contínua de ocitocina sintética famoso “sorinho”, forçar a mulher a ter o bebê posição desfavorável ao nascimento, entre outros procedimentos e comportamentos desagradáveis à gestante. 

Maria Aparecida (nome fictício), de 25 anos, contou ao JR as situações de violência obstétrica que sofreu. Em sua primeira gestação, em 2010, ela tinha apenas 18 anos. Por causa da pouca dilatação no trabalho de parto, os médicos resolveram intervir. “Teve indução com ocitocina”, relatou. Segundo Cris Mologni, isso não é recomendado pela Organização Mundial de Saúde, já que não favorece a evolução do trabalho de parto.

O parto foi realizado no centro cirúrgico e Maria foi colocada deitada. O ideal é que a gestante seja posicionada de cócoras, para facilitar o procedimento. Além disso, a lei assegura que a gestante tenha um acompanhante, mas Maria não teve esse direito respeitado. “Fiquei sozinha, nesse tempo não podia entrar acompanhante, mas já existia a lei, eu que não sabia que podia”, relatou. Como se não bastasse, a rolandense sofreu mais. “A enfermeira com o antebraço forçou em cima da minha barriga, fazendo força pra mim expulsar o bebê, empurrando”, contou. “Isso é uma violência obstétrica e até então eu não sabia”, completou. 

Os médicos ainda fizeram em Maria uma episiotomia, que é um corte no períneo que supostamente facilita a saída da criança. Ela só soube depois que fizeram o procedimento. “Os médicos hoje falam ‘se precisar faz’. Mas eu aprendi que não é necessário, que não se faz mais”, declarou a rolandense. Maria relatou que sofreu violência obstétrica no parto de seus dois primeiros filhos. O segundo bebê nasceu em 2012. “Na segunda eu também tive episiotomia e tive soro também, com ocitocina”, revelou. 

Depois de conhecer e participar do Gesta Rolândia, Maria se deu conta dos episódios de violência obstétrica que sofreu. Em 2016, sua terceira gestação, foi diferente com o acompanhamento de uma doula. “A minha última gestação foi participando do Gesta. Eu fui atrás de informação para saber, porque eu não queria passar pela mesma coisa”, afirmou a rolandense. “Com informação não aconteceu nada disso”, ressaltou. 

Maria deixou uma recomendação às gestantes. “Eu aconselho elas a procurarem informação, como eu fiz”, finalizou. 
A doula Cris Mologni também deu um conselho para as grávidas se informarem. “O próprio site do Ministério da Saúde dispõe de conteúdo, participe de grupos de apoio em rede social e em sua cidade, que auxiliam as mulheres no processo da gestação e parto, assim como uma doula”, declarou.

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