O Hospital São Rafael quer implantar o projeto “Hospital Sustentável”, visando trazer menos impacto ao ambiente e mais eficiência e sustentabilidade no serviço. A ideia começou a ser gestada quando os vereadores rolandenses, em unanimidade, se comprometeram a destinar o valor economizado do seu orçamento para o HSR. A contrapartida do hospital era apresentar um projeto e então entrou em cena o planejamento sustentável. “No Paraná ainda não temos esse modelo de hospital, que na Europa e EUA é bem difundido”, explicou o diretor administrativo Paulo Boçois de Oliveira.
No entanto, para que a doação seja efetivada, é o Executivo que precisa autorizar a destinação da verba, que logo que é liberada da Câmara, vai para o caixa da Prefeitura. Por esse motivo, um ofício foi enviado para o prefeito interino Roberto Negrão (PR), para sensibilizá-lo a cumprir com o combinado dos vereadores com o HSR.
Com o recurso, o HSR implantará uma etapa das fases do hospital sustentável, que é a instalação de uma usina para gerar energia alternativa e limpa. Esse projeto também trará economia financeira para o hospital, que tem uma despesa aproximada de R$ 25 mil mensais de energia e a dívida com a Copel, que está próxima a R$ 1,7 milhão. “Num primeiro momento, produziríamos energia para pagar essa dívida, o que é importante porque os juros não param de correr e isso é preocupante”, ressaltou Paulo.
Logo que a usina de energia solar se consolidar e a dívida for cessada, em cerca de dois ou três anos os R$ 25 mil que eram gastos mensalmente com energia podem ser revertidos em outras demandas do atendimento do hospital. Paulo destacou que a implantação será essencial para manter o hospital a médio e longo prazo. “Se não fizermos nada, a dívida, que é diária, vai crescendo e chegará um momento em que o valor será o próprio hospital”, alertou.
O montante que a Câmara economizou é de cerca de R$ 922 mil. Segundo os orçamentos, a usina completa para o porte do hospital com a instalação custaria R$ 1 milhão, valor que pode ser negociado com os fornecedores. “Ou podemos fazer uma usina menor, que produziria um pouco menos, mas já conseguiríamos atingir pelo menos 80% do nosso objetivo”, apontou o diretor. A vida útil da usina é de 25 a 30 anos, sendo um investimento importante para o hospital.
A administração do hospital ainda planeja implantar em breve as outras seis etapas do hospital sustentável, que envolvem consumo de água, planejamento ecológico dos edifícios, transporte, alimentação sustentável, reciclagem e reaproveitamento, entre outros aspectos.
Recursos devolvidos pela Câmara são menores e podem nem vir
O planejamento de tornar o Hospital São Rafael sustentável com a instalação de uma usina de energia alternativa e limpa pode esbarrar na destinação dos recursos devolvidos pelo Legislativo rolandense ao Executivo neste ano.
No total, são cerca de R$ 922 mil reais economizados pela Câmara de Rolândia, que “pegou” 3,5% do Orçamento do município, ou seja, R$ 4,5 milhões – o Legislativo tinha direito a pegar até 7%.
Ao final de cada ano, o recursos economizado é devolvido para o Executivo e segue para a fonte 1000 – pode ser usado em qualquer lugar. Normalmente, os vereadores sugerem e indicam onde o Executivo poderia aplicar esse dinheiro.
Em 2018, uma das sugestões fooi o asfalto para a estrada que liga a comunidade do São Rafael à comunidade do Deizinho do Vermelho, também uma solicitação antiga dos moradores daquela região. Esse asfalto deve sair e a obra custará algo em torno de R$ 350 mil.
Restariam, então, algo em torno de R$ 570 mil reais no dinheiro devolvido pelo Legislativo.
A outra sugestão feita pelos vereadores foi o repasse para o Hospital São Rafael. Inicialmente, o repasse poderia ser total, o que praticamente daria para se fazer a usina de energia alternativa no hospital. Com parte do dinheiro destinado à estrada do Deizinho, restariam pouco mais de meio milhão para o São Rafael.
Isso se o prefeito interino entender que deve repassar ao São Rafael. Roberto Negrão pode enxergar a necessidade desse recurso em outro área ou local e não repassar dinheiro algum ao hospital.
