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Óbitos de bebês e de gestante no São Rafael serão analisados por Comitê

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    O Comitê de Mortalidade Materna e Infantil de Rolândia (CMMIR) está reunindo informações para analisar os óbitos de uma gestante e seu bebê no último dia 7 de janeiro e de outro bebê no dia 11 após atendimento no Hospital São Rafael. Como informou Rafael Dias, que faz parte do Comitê e atua no departamento de Vigilância da Secretaria de Saúde, estão sendo coletadas informações, relatos e prontuários dos hospitais e da Atenção Básica, referente ao acompanhamento das duas gestações. 

    O Comitê é formado por médicos e funcionários da Saúde de Rolândia, inclusive do HSR. “O objetivo é analisar esses óbitos por uma equipe multidisciplinar, para que possamos elencar situações e alterar medidas e projetos para que ocorra a diminuição desses óbitos infantis e maternos no município”, explicou Rafael.

    O prazo estabelecido para essa análise é de até 120 dias, mas Rafael garantiu que logo que todos os documentos estiverem em mãos, os membros já serão convocados para a avaliação dos casos. “Busca-se o que e como ocorreu, se o óbito era evitável ou inevitável, o que poderia ter sido realizado, onde ocorreram as falhas e formas futuras para evitar que essas falhas ocorram, com um trabalho de organização e gestão para que isso não ocorra mais”, afirmou.
Posteriormente, a avaliação é discutida em um comitê regional, para que se possa prestar um esclarecimento dos casos para os setores público e privado, além de respostas para a população que demonstrou indignação com a situação pelas redes sociais. 

    Entenda os casos
    Conforme a nota de esclarecimento emitida pelo Hospital São Rafael, a gestante Cristiane dos Santos Cipriano Moraes, de 27 anos, deu entrada no HSR no dia 07 às 09h30, com 31 semanas de gestação. Ela realizava o pré-natal tanto no município de Rolândia como também em Londrina, devido à gestação de risco em que se encontrava.

     Por procura espontânea, ela chegou ao hospital sem acompanhante, fora de trabalho de parto, relatando dor leve no baixo ventre. Cristiane foi avaliada pelo médico plantonista, medicada e dirigida para observação dentro das dependências do pronto socorro, período em que apresentou mal estar seguido de convulsão. A evolução para o estado de parada cardiorrespiratória foi rápida, segundo a nota. “Todos os procedimentos possíveis foram realizados, conforme protocolo, na intenção de reversão do quadro que se apresentava no momento, porém sem sucesso”, diz o documento.

    Após a declaração de óbito da gestante, foi realizada a cesárea de emergência no pronto socorro, pela equipe médica, para resgate do recém-nascido, que nasceu em estado grave e foi assistido por aproximadamente duas horas. Neste período, o SAMU foi acionado para transferência do recém-nascido por duas vezes, mas devido ao estado de gravidade a transferência não aconteceu, o bebê não resistiu e acabou vindo a óbito.

    O segundo caso foi com a gestante Ana Beatriz do Nascimento, com idade gestacional de 31 semanas. Ela deu entrada no hospital pela primeira vez no dia 10, por volta das 17h47, apresentando dor no baixo ventre, sem queixa de perda de líquido ou evidência de sangramento, boa movimentação fetal e ausência de contrações e dilatação. A gestante foi examinada e os resultados estavam dentro da normalidade, não evidenciando estar em trabalho de parto. Após medicação, observação e reavaliação após o resultado de exames, ela foi liberada e orientada a voltar se necessário.

    Por volta das 05h57, do dia 11, Ana deu entrada novamente no hospital, acompanhada pelo esposo, apresentando importante quadro súbito de sangramento vaginal. O plantonista a atendeu de prontidão, como informou o documento, e ela foi encaminhada de forma imediata para o Centro Cirúrgico, para cesárea de emergência devido ao diagnóstico de descolamento prematuro de placenta.

    O recém-nascido prematuro, vivo, de sexo masculino, nasceu às 06h40, cianótico, apresentando esforço respiratório e baixa saturação, onde recebeu toda assistência necessária, conforme protocolo, que para estes casos determina também transferência para serviço de referência através do SAMU. Após estabilizar o RN, foi acionado o SAMU que chegou ao Hospital por volta das 08h30, porém, não conseguiu realizar a transferência, devido a alteração dos parâmetros clínicos do recém-nascido. Apesar dos procedimentos de reanimação, de acordo com os protocolos médicos, o recém-nascido não respondeu e veio a óbito e a mãe permaneceu internada no HSR.

    Dados e informações
    De acordo com informações levantadas pelo Comitê de Mortalidade Materna e Infantil de Rolândia, no ano de 2017, a cidade registrou 21 óbitos infantis não-fetais e 10 óbitos fetais – entende-se por não-fetal recém-nascidos e bebês até um ano de idade. Em 2018, os números caíram para 11 óbitos infantis não-fetais e 7 fetais. O último óbito de gestante em Rolândia havia acontecido em 2015.

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