O prefeito afastado de Rolândia, Luiz Francisconi Neto (PSDB), esteve no Fórum Criminal do município no final da tarde desta quarta-feira (23), depois de a Justiça de Rolândia determinar um prazo de 48 horas para sua apresentação. O prazo foi uma resposta às várias tentativas de notificação de Luiz Francisconi pela Câmara Municipal – na semana passada, membros da Comissão Processante foram até o juiz Alberto José Ludovico para comunicar a dificuldade em notificar o prefeito afastado de sua oitiva na Câmara de Rolândia. Servidores da Câmara de Rolândia aproveitaram a ida de Francisconi ao Fórum e o notificaram acerca de sua oitiva, que acontece no final da tarde desta quinta-feira (24).
Depois de se apresentar ao juiz Ludovico, Francisconi falou a com a reportagem do JR em uma transmissão ao vivo pelo Facebook do jornal (JornalDeRolandia). O prefeito afastado afirmou que estava em viagem e que evitou ao máximo entrar em redes sociais por causa do momento e das consequências desses processos em sua família. “Tenho que preservá-los, mas tudo isso tem atingido muito a minha família”, afirmou. Francisconi também ressaltou que irá provar que é inocente em todo esse processo e que espera voltar ao cargo para terminar o seu mandato.
“Quero terminar o meu mandato. Depois, não sei. Mas pretendo terminar o restante desse mandato de prefeito”, afirmou. Segundo Anderson Mariano, advogado de Francisconi, há um pedido para retorno do prefeito ao seu cargo que está junto ao Ministério Público para manifestação. O desembargador Luis Carlos Xavier deve decidir se Francisconi retorna ou não ao cargo após a manifestação do Ministério Público sobre essa solicitação dos advogados de defesa do prefeito afastado.
Escândalo
Luiz Francisconi Neto (PSDB) e mais nove pessoas foram afastadas de suas funções na Prefeitura de Rolândia, por supostamente integrarem um esquema criminoso que lesou os cofres públicos. De acordo com o Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Luiz Francisconi teria recebido R$ 150 mil em propina da Somopar (usado em sua campanha eleitoral) para que a prefeitura restringisse a participação de outras empresas de Rolândia em determinada licitação. Dessa maneira, a Somopar ganharia o direito de explorar sua atividade econômica no barracão do antigo IBC.
O MP também investiga supostos pedidos de propina de secretários municipais a uma empresa de metalurgia, desvios de recursos públicos por meio de notas falsas, além de superfaturamento do contrato com uma empresa de transporte público e escolar. Além do prefeito afastado, são alvo da investigação ex-secretários, um ex-cargo comissionado e empresários.
