Samara Baccon, 27, preparadora física do REC (Rolândia Esporte Clube), é a única mulher a trabalhar nessa função em um clube de futebol filiado à FPF (Federação Paranaense de Futebol). Apesar de já estar há mais de dois anos atuando no futebol, ela ainda sente certas dificuldades por estar em um ambiente predominantemente masculino. “A cultura do futebol é só homem. Até você conseguir ganhar espaço e confiança, é difícil no começo, sofri um pouco de preconceito”, revelou.
Natural de Jacarezinho, atualmente ela mora em Londrina com o marido Diego Athayde. Formada em Esporte e Educação Física pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), em agosto de 2016, Samara foi convidada a ser preparadora física da categoria de base do REC e, pouco tempo depois, assumiu também a preparação física do time profissional.
Sempre pautada no profissionalismo, Samara é muito respeitada pelos atletas, mas os torcedores adversários, que já costumam ofender verbalmente os profissionais homens, são ainda mais pesados com ela por ser mulher, quase sempre com cunho sexual. “Só tive problemas com torcidas de fora, é quando escuto bastante coisa, xingamentos e palavras pesadas”, relatou Samara.
Mesmo assim, a preparadora física prefere não fazer alarde com situações de preconceito. “Não quero ficar fazendo ‘mimimi’, quero chegar, fazer meu trabalho para todos verem, pegar minhas coisas e ir embora”, afirmou. Buscando seu espaço com competência, ela acredita que a participação feminina irá crescer nesse esporte. “A mulher integrada no futebol está conseguindo ocupar seu lugar e com o passar dos anos, esse lugar será maior”, declarou.
Samara finalizou com um recado para as mulheres que tem medo de buscarem seus objetivos por causa do machismo. “Se a mulher quer almejar algo muito grande, tem que batalhar por seu espaço, a mulher tem que seguir em frente independentemente do preconceito e de qualquer coisa. Lugar de mulher é onde ela quiser”, afirmou a preparadora física.
