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Mulheres rolandenses não têm motivos para comemorar

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  A notícia foi dada por órgãos oficiais várias vezes desde 2012 – só no site da prefeitura de Rolândia, a reportagem do JR encontrou duas matérias sobre o assunto: Rolândia terá em breve uma Delegacia da Mulher. Os mais realistas sabiam da dificuldade de isso acontecer, pois há poucos delegados e, menos ainda, delegadas para uma delegacia. Uma saída buscada foi a criação de um Serviço de Atendimento Especializado para Mulheres (SAEM), com escrivãs para atender as mulheres, vítimas de alguma violência. Até uma casa foi alugada para tal fim, mas até o momento o SAEM também não vingou.

Violência
  De acordo com a aspirante Delai, oficial de Comunicação Social do 15º BPM de Rolândia, só no ano passado, foram registradas 138 ocorrências no município. Essas ocorrências têm por natureza a lesão corporal, violência doméstica e familiar. “Além disso, houve 13 ocorrências de estupro de vulnerável e seis casos de estupro ou atentado violento ao pudor”, revelou a aspirante. Mas todos sabem que o monstro é ainda mais horrível, já que apenas uma parte das vítimas recorrem à polícia ou fazem um Boletim de Ocorrência, ou seja, o número de casos é bem maior que isso.

  A falta de uma delegacia, ou mesmo de um SAEM, agrava ainda mais o problema. Qual é a motivação que teria uma mulher, depois de ser vítima, principalmente de um estupro, de contar como foi o caso para um delegado homem ou mesmo para policiais homens? Por mais preparados que sejam, há coisas que essa vítima só revelaria para outra mulher e olhe lá.

  Dias atrás, uma jovem de 19 anos foi vítima de um estupro. O criminoso a abordou armado e a levou até um local ermo e a violentou. Ela foi levada diretamente para o IML de Londrina para fazer um exame, mas não conseguia falar o que aconteceu e nem descrevia o rapaz que a atacou. Contou para a amiga, assim como contaria para uma delegada.
2012
  Em março de 2012, o prefeito Johnny Lehmann e Sabine Giesen, vice-prefeita e secretária da Mulher e da Família, estiveram em Curitiba com o secretário da Segurança Pública do Paraná, Reinaldo de Almeida César. Acompanhados do deputado estadual Waldyr Pugliesi, eles ouviram a promessa da instalação de uma Delegacia da Mulher em Rolândia. O secretário Reinaldo César deu um prazo para a instalação da unidade na cidade de 60 dias, ou seja, em maio de 2012… A Delegacia da Mulher em Rolândia seria um resultado da parceria da Prefeitura com o Governo do Paraná, leia-se Beto Richa (PSDB).

2015
  Em outubro de 2015, a governadora em exercício Cida Borghetti, assinou a autorização concedendo direito de uso de um imóvel localizado na Rua Estilac Leal, 751, no centro de Rolândia, para a instalação da sede do Serviço Especializado de Atendimento para Mulheres (SAEM). O convênio estava assinado. De acordo com o deputado Cobra Repórter, a autorização estava parada há vários meses em Curitiba e a seu pedido à vice-governadora solucionou o problema. Esse contrato foi assinado pelo prefeito interino José de Paula.

  O delegado do município à época, Walter Helmut, afirmou que o novo espaço deveria começar a funcionar em fevereiro, pois havia a necessidade de adequar o local, com a instalação de redes de computadores, programas protegidos e mobiliário. “Já temos disponível uma investigadora e uma escrivã para o atendimento às mulheres. Só não será chamada de delegacia, porque não tem uma delegada nomeada, mas o atendimento será o mesmo de uma delegacia da mulher”, destacou o delegado, que agora está aposentado.

Casa alugada

  Aparentemente, alguma coisa aconteceu, ou melhor, não aconteceu. O contrato assinado com a vice-governadora não saiu do papel, apesar de a prefeitura estar alugando uma casa de R$ 3,5 mil reais para tal fim. O contrato de uso dessa casa, que fica na rua Estilac Leal, 751, termina em abril deste ano e ela ainda não foi usada, ou seja, cerca de 40 mil reais utilizados sem necessidade.

  No começo de fevereiro deste, um novo contrato de convênio do governo Estadual chegou à prefeitura para ser assinado. O contrato veio em branco e o prefeito Luiz Francisconi deveria assinar e enviar para o Governo do estado assinar para, enfim, iniciar o Serviço Especializado de Atendimento para Mulheres em Rolândia, na casa alugada para tal fim. Quando o contrato chegou até o departamento de contratos da prefeitura, foi enviado para o Jurídico para ser analisado. O Jornal de Rolândia tentou saber se o prefeito já havia assinado o convênio e enviado para a capital, mas não teve sucesso.

  Enquanto isso, vamos acumulando perdas, das duas investigadoras que trabalhariam exclusivamente no SAEM, justamente a que faria o papel de escrivã foi transferida para Arapongas. Agora há apenas uma investigadora, que está lotada na delegacia de polícia de Rolândia. Como diz o título da matéria: as mulheres de Rolândia não têm motivos para comemorar a data. Esperamos que em 8 de março de 2017, Rolândia já conte com o Serviço de Atendimento.

Um dos princípios da Delegacia da Mulher:
“Assegurar tranquilidade à população feminina vítima de violência, através das atividades de investigação, prevenção e repressão dos delitos praticados contra a mulher.”

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