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Há 20 anos, comerciante luta contra valor do pedágio

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    Fundador da Associação dos Comerciantes das Margens de Rodovia no Paraná, Arlindo Rodrigues, 70 anos, há quase 20 anos luta contra os valores abusivos encontrados no pedágio do Paraná. Natural de Califórnia e hoje morando em Apucarana, há duas décadas ele decidiu fundar essa associação e sair pela BR-376, e por cidades da região, fazendo pregações contra o pedágio.  Desde então, nunca mais parou e mesmo em alguns momentos em que não pode fazer as pregações pelas rodovias, ele sempre conversou e discutiu a pauta com caminhoneiros e motoristas que, assim como ele, não aceitam o preço exorbitante do pedágio no Estado. 

    Recentemente Arlindo achou que não seria necessário continuar sua luta contra esse sistema, porém, entendeu que seu objetivo ainda não havia terminado, pois o governo estadual poderá prorrogar os contratos de concessão por mais 30 anos. 

    Com isso, atualmente Arlindo visita cidades da região e vai até as Câmaras de Vereadores, por entender que estes estão mais próximos da população. “Estamos movimentando as câmaras de toda região, já fui em Londrina, Ibiporã, Maringá, e também vou visitar a de Rolândia. Meu objetivo é que os vereadores cobrem do governador para que ele não prorrogue este contrato, pois ele é o único que pode fazer isso e fazer com que o pedágio não seja mais federal, e sim do próprio estado como já ocorre em Santa Catarina”, explicou.  

    Quando passa pelas cidades, o comerciante anda pelas ruas e avenidas de grande movimento, com um cartaz que ele mesmo mandou confeccionar. Sua nova investida contra o pedágio vem acompanhada de uma carta ao público. Ele começa externando a sua revolta contra a renovação dos contratos do pedágio. “Tudo o que eu quero é convencer o governador Ratinho Júnior e os deputados estaduais, que os preços do pedágio no Paraná continuam cada vez mais fora da realidade”. “Será que algum dia isso vai acabar?”, conclui o documento. 

    Ele visita algumas praças de pedágio também com o mesmo cartaz e conta que a tecnologia vem sendo a sua aliada nessa luta, ainda solitária. “O que me ajuda muito é o celular. As pessoas filmam minha manifestação e eu sempre peço que mandem para o governo do estado”, afirmou. Ele aponta que mesmo um novo contrato com algumas mudanças, nada será diferente, e quem vai continuar sofrendo as consequências dessa decisão, será a população. 

    Arlindo também expõe sua preocupação a longo prazo, com as próximas gerações que vão enfrentar esse problema que já é muito grande nos tempos atuais. “São eles que vão sofrer com tudo isso”, afirma. Ele também manifesta sua indignação em não ver as pessoas se movimentando contra esses valores abusivos, e mais ainda, do estado não ter a disponibilidade de conversar sobre isso com a própria população e com os próprios caminhoneiros. “Também me revolta a população ter aceitado esse pedágio entre Rolândia e Arapongas (…) eles só falam que com o dinheiro serão feitas melhorias nas estradas, mas não vão fazer agora, se não fizeram nesses últimos 30 anos”, alertou.

    Dívida bilionária do pedágio no Paraná

    Um documento recebido pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) apontou uma dívida bilionária do pedágio no Paraná. Segundo levantamento da Agepar, houve o recebimento de R$ 9.930.366.468,74, em valores atualizados, de 1998 a 2020, numa taxa embutida nas tarifas por obras de duplicação que nunca foram realizadas. 
    É a Taxa Interna de Retorno (TIR), que se refere ao que os engenheiros chamam de “degrau de pista dupla”, um termo técnico relacionado ao nivelamento de alguns trechos que deveriam ter sido duplicados pelas concessionárias Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia.
    Segundo o documento, o valor total cobrado a mais corresponde a 22,54% do total que foi arrecadado ao longo dos anos, de 1998 a 2020, com a cobrança de pedágio nas rodovias paranaenses, que somou R$ 44 bilhões, em valores corrigidos até dezembro do ano passado. Ao final, no despacho apresentado, a Agência pede apenas a suspensão de reajustes até o fim dos contratos, que foi inclusive contestado na Justiça com ganho de liminar em favor das concessionárias.

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