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Paraná tem seus próprios ‘caminhos de Santiago’

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Estado mapeia 299 atrações religiosas; segmento fica atrás apenas do que é gerado por ações de negócios e eventos e do turismo cultural no ranking do turismo

Dentre 2.415 atrações turísticas espalhadas pelo Paraná, os destinos com apelo espiritual ou religioso são um dos segmentos de maior destaque e alcançam o terceiro lugar em número absoluto de atrativos já mapeados, segundo levantamento da Paraná Turismo. Alguns dos mais significativos para o público são as rotas de peregrinação, como a Rota do Rosário e o Caminho Jesus das Santas Chagas (ainda em construção, leia mais abaixo), versões locais do consagrado “Caminho de Santiago de Compostela”, lugar europeu de peregrinação conhecido mundialmente.

Divididas entre tradições católicas e africanas, essas rotas de peregrinação passam por capelas, santuários, museus e trechos importantes para conhecer a história das religiões ou apenas apreciar as paisagens do caminho.

No catolicismo, a Rota do Rosário se destaca. Trata-se de um roteiro de mais de 600 km, que passa por 17 cidades e 16 Santuários, integrando a arquitetura da fé à beleza da natureza e ao turismo de aventura. A rota, que costuma atrair também ciclistas, conta com hotéis, pousadas e restaurantes para garantir o conforto dos peregrinos.

O ponto de partida é o Santuário Diocesano de Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul, e a rota passa por lugares como Jaguariaíva, Ibaiti, Ribeirão do Pinhal, Barra do Jacaré, Bandeirantes, Andirá, Santo Antônio da Platina, Ribeirão Claro, Jacarezinho, Siqueira Campos, Joaquim Távora, Quatiguá e Tomazina. A chegada é no Santuário Igrejinha São João Batista, em Arapoti.

São Miguel Arcanjo
O Santuário de São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes, é o 3º maior santuário dedicado ao Arcanjo no mundo e foi construído em 2012. A estátua de São Miguel foi executada por Cléber Carlos dos Santos e levou mais de um ano para ser concluída. Foram utilizadas cerca de 300 chapas de aço inoxidável de 3 metros de comprimento por 1,2 metro de largura cada uma. A imagem possui 19,2 metros de altura, que somados à base da edificação onde está instalada, chega a um total de 37,7 metros, apenas 30 centímetros a menos que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Também integra o complexo do santuário uma cruz erguida em 2017, considerada a maior do Brasil e a segunda maior do mundo. Com 81 metros, sua altura corresponde a um prédio de 27 andares. A cruz foi totalmente construída em aço, pesa 140 toneladas e está instalada na gruta Nossa Senhora de Lourdes, exibindo à noite uma iluminação cênica especial na cor azul, que a torna visível a quilômetros de distância.

A gruta dedicada à Nossa Senhora de Lourdes é outra atração do complexo, um dos espaços mais visitados pelos fiéis. Além da cruz, ela apresenta um conjunto de obras de arte sacra com imagens de santos e anjos, muitas esculpidas nas próprias rochas.

Outro destaque no estado são as atrações voltadas às matrizes africanas. Atualmente, existem monumentos, museus, entre outros espaços destinados ao encontro de grupos religiosos com tradições como o Candomblé e a Umbanda, também símbolos de resistência à escravidão. Mas o destaque fica por conta do projeto Linha Preta Curitiba, rota que auxilia na compreensão da história da população negra na capital. O trajeto fica no Centro da cidade e pode ser feito a pé.

O trajeto da Linha Preta visita 21 pontos e a maior parte da rota está localizada no Centro Histórico de Curitiba. Alguns pontos visitados são as Ruínas de São Francisco, a Igreja do Rosário – que no passado, já foi chamada de Igreja do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito -, as Arcadas do Pelourinho, o Memorial de Curitiba, a Praça Tiradentes, a Sociedade 13 de maio, o Memorial Africano, na Praça Zumbi dos Palmares, e o Viaduto do Capanema, local onde surgiu a primeira escola de samba de Curitiba. Para agendar uma visita, é preciso acessar o site do projeto.

Caminho das Chagas
Com previsão de lançamento para o ano que vem, o Caminho Jesus das Santas Chagas, rota católica em construção no município de Borrazópolis, localizado na região do Vale do Ivaí, é um roteiro destinado a peregrinação, com uma área que passa por cruzes que representam as chagas de Jesus. São 15,21 km de extensão, com dificuldade moderada e 648 metros de elevação. O ponto de partida é na Paróquia Imaculada Conceição, e durante o trajeto, os peregrinos passam pelas cruzes espalhadas no caminho, pelo Mirante turístico do rio Ivaí, além de diversas paisagens. O ponto final é em uma capela da região.

Além das rotas, o estado também aposta em outros tipos de atrativos religiosos, divididos em matrizes ocidentais, orientais, africanas e indígenas. Cada uma delas tem locais destinados à visitação, como mesquitas e templos, aldeias indígenas, terreiros, museus, santuários, entre outros. De acordo com uma pesquisa da Paraná Turismo, são 299 pontos de interesse, o que coloca o segmento em terceiro lugar no ranking, atrás apenas do turismo gerado por ações de negócios e eventos (711) e do turismo cultural (449).

De acordo com a diretora técnica, há uma alta demanda pelo turismo religioso no estado, no entanto, o engajamento caiu significativamente na pandemia. Mas, segundo ela, as rotas contribuíram para um movimento mais ativo. Em janeiro deste ano, 50 ciclistas participaram da Expedição Rota do Rosário, que teve como ponto de partida o Santuário de Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul.

Para quem deseja conhecer atrativos relacionados ao Islamismo, é importante ficar de olho no novo projeto da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que, em parceria com algumas entidades, está desenvolvendo um plano nacional para garantir a estabelecimentos o selo halal, atribuído a quem é capacitado para receber turistas muçulmanos.

A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS) oferece selo halal a hotéis, restaurantes, transporte e lazer, e é possível ter três categorias de certificação na área. A categoria A é 100% halal. Mas também existe a categoria B, de média escala no halal ou halal friendly, ou a categoria C, de escala básica ou muslim friendly.

Para conquistar os selos, alguns dos requisitos a serem cumpridos são instalações adequadas para o Ramadã, o mês de jejum do Islã, além de ter tapetes para reza, banheiros fechados e compostos por utensílios de higiene específicos, comida preparada respeitando a cultura dos turistas, e ausência de álcool no frigobar.

Além de buscarem espaços adequados aos seus costumes, os turistas muçulmanos costumam procurar atrativos de ecoturismo. Desta forma, Foz do Iguaçu é uma das cidades paranaenses que está no radar do projeto, também por se tratar da cidade com uma das maiores comunidades muçulmanas do país.

O município abriga a Mesquita Omar Ibn Al-Khattab, que recebe turistas com horários agendados. Para visitar o local, é preciso seguir algumas normas como tirar os sapatos, moderar o tom de voz, aguardar o fim das orações antes de entrar no templo, e no caso das mulheres, usar um véu.

Foto: O santuário de São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes, tem recebido mais de 300 mil visitantes por ano

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